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Este espaço é dedicado a todos que lidam com o cotidiano escolar e se aventuram na dramatização. A intenção é trocar. Se tiver idéias e/ou material interessante para postar... é só disponibilizar.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Radionovela

“ESCUTAR, ENTENDER E AGIR”
Lindomar da Silva Araujo

Personagens: MÃE – MENINO – POLICIAL (SONOPLASTAS)

(Sonoplastia) Ouve-se um vendaval do lado de fora da casa, raios, buzinas de carros, e outros sons próprios de quando cai uma chuva de verão... A porta principal da casa abre e fecha, é o menino/rapaz entrando encharcado na sala. Sem querer ele deixa um objeto cair, pois a casa está escura, já passa das 8 horas da noite e está faltando luz. De repente começa a aparecer uma claridade, é sua mãe vindo da cozinha com uma vela acessa, e quando chega próximo a ele...

MÃE – Carlos Henrique Jr., isso são horas? Você ta maluco? Já não falei pra vc não ficar na jogando bola na chuva?

MENINO – Mas mãe, a senhora não vai...

MÃE – Quer morrer? Viu na TV o raio que caiu na cabeça do menino?!!!!

MENINO – Mãe eu não estava jogando bola.

MÃE – E ainda vem com mentira, não me respeita mais né ... (ouve-se ela correndo atrás do filho pra dar umas boas palmadas – Ao mesmo tempo, batem com energia na porta de entrada)

MENINO – Para mãe, estão batendo na porta.
(a mãe vai atender)

MÃE – Você vai ver só (diz pro filho) Já vai, Já vai!!!... (indo abrir a porta) O que o senhor deseja?

POLICIAL – Boa noite!

MÃE – Boa noite!

POLICIAL – Seu filho não lhe falou o que aconteceu?

MÃE – Não senhor, mas vou acertar as contas com ele.

POLICIAL – Sua filha foi atingida por um raio, mas está bem. Seu filho a salvou carregando-a no colo até o hospital, mas ele preferiu vir na frente contar com calma para a senhora.

(A mãe desmaia, então ouve-se barulho de objetos sendo derrubados)

MENINO – Mãe!!!

FIM
Bronquinhas e protestos
Liliane Lacocca – Michele Lacocca

- Pára de ficar horas pendurada nesse telefone! Dá uma chance para os outros!
- Dá para diminuir o som?
- Na sua idade eu era estudioso, disciplinado, bem-educado e nunca levantava a voz com o meu pai...
- Você ainda não tem idade para isso! Casa não é só sua!
- Pára de bisbilhotar as minhas coisas!
- Toda hora estão mandando eu fazer alguma coisa. Não tenho um minuto de sossego!
- Ele nunca escuta o que eu falo, está sempre lendo o jornal.
- Toda vez que eu quero sair vocês fazem mil perguntas... não vejo a hora de ser independente!
- Você quis o gato e agora quer que eu cuide dele!
- Mãe, você vive prometendo... mas cumprir que é bom...
- Juro que eu sei que as notas são ruins... mas não quero ouvir tudo de novo!


O ADOLESCENTE
Mário Quintana

A vida é tão bela que chega a dar medo.
Não o medo que paralisa e gela,estátua súbita,mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidade que fazo jovem felino seguir para a frente farejando o ventoao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicemente,as folhas contam-te um segredovelho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova...A vida é nova e anda nua- vestida apenas com o teu desejo!


Continho
Paulo Mendes Campos


Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada do meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo:-Você ai, menino, para onde vai essa estrada?-Ela não vai não: nos e que vamos nela.-Engraçadinho duma figa! Como você se chama?-Eu não me chamo não, os outros e que me chamam de Zé.
NOME ROUBADO
Max Nunes


(Numa delegacia, . Delegado na mesa. Entra investigador)
Investigador – Seu delegado, tem um caso ai fora que eu não sei resolver. Nunca vi uma coisa dessas.
Delegado – Manda entrar
Investigador (grita para fora) – Psssiu! Ôoo, seu! Pssiu!
Homem (humilde, entra) – Dá licença?
Investigador – Conta aí pro delegado.
Delegado – Qual é o caso?
Homem – O caso, doutor, é que eu fui assaltado ali na esquina e roubaram o meu nome.
Delegado – Roubaram o que?
Homem – O meu nome, doutor.
Delegado – Roubaram o seu nome?
Homem – Isso mesmo, seu delegado. E eu estou aqui para apresentar queixa.
Delegado – Como é o seu nome?
Homem – Eu não estou dizendo ao senhor que roubaram o meu nome?
Delegado (para o investigador) – Manda dar uma busca ai pela rua para a gente pegar esse ladrão.
Investigador (saindo) – Pois não seu delegado.
Delegado – O senhor tem certeza que roubaram o seu nome?
Homem – Tenho, doutor. Quando sai de casa eu estava com meu nome. Tanto que, na rua, quando eu passei por um amigo, ele me cumprimentou: Como vai você, ô ... ô... ? . E disse o meu nome.
Delegado – Sou delegado a mais de vinte anos, e nunca vi, nem soube, de um caso como esse: roubo de nome.
Homem – E o pior, seu delegado, é que meu nome não está no seguro.
Delegado – Relaxa seu... Se estivesse, eles lhe dariam um nome novo.
Homem – Mas eu não ia aceitar. Meu nome já está usado, mas era de estimação. Foi um presente que minha mãe me deu no dia em que eu nasci.
Delegado – Se o senhor ouvir o seu nome, o senhor se lembra?
Homem – Certamente, doutor.
Delegado – É nome estrangeiro?
Homem – Não, senhor. Artigo nacional mesmo.
Delegado – Será que é Pedro, João, José, Roberto, Paulo, ...
Homem – Nenhum desses, doutor.
Delegado – Vai ser difícil descobrir.
Investigador (chega, trazendo o ladrão) – Peguei o ladrão ali na esquina.
Homem (reconhecendo) – Foi ele, doutor. Foi ele que roubou o meu nome!
Delegado – Calma. (para o ladrão) Como é o seu nome?
Ladrão – Jorge.
Homem (Exultante) – Jorge! É esse o meu nome! Eu quero o meu nome de volta!
Delegado – Devolva o nome dele já, seu canalha!
Ladrão – Está bem, pode ficar com o seu nome.
Homem – Obrigado, seu delegado. Qualquer coisa que o senhor precisar, pode me chamar. Meu nome é Jorge. Passe bem seu delegado. (Sai)
Delegado (para o ladrão) – Agora vamos conversar. Seu nome todo?
Ladrão – Mão de Cabrito.
Delegado – Perguntei o nome.
Ladrão – Eu não tenho nome, doutor.
Delegado – Vagabundo! Quando chegou aqui você não disse que seu nome era Jorge?
Ladrão – É que eu tinha roubado aquele nome pra mim. Mas o senhor mandou devolver...

NUNES. Max. O pescoço de girafa: pílulas de humor por Max Nunes. São Paulo: Cia das Letras, 1997.

Na Van